Cena do filme "Sonho de uma noite de verão", produzido em 1999, que tem no elenco Michelle Pfeiffer como Titânia. (Divulgação)
Cena do filme "Sonho de uma noite de verão" (1999), com Kevin Kline e Michelle Pfeiffer ©

Foto de divulgação

Leve e alegre, a comédia Sonho de uma Noite de Verão tem tudo para empolgar seus alunos e pode render ótimas reflexões sobre o amor. 

Na trama, Helena ama Demétrio, que ama Hérmia, que ama Lisandro, que também a ama (ufa!). O único casal que tem a paixão correspondida, no entanto, tem um empecilho: o pai da moça. Ele quer que a filha, Hérmia, se case com Demétrio. Por isso, a garota decide fugir com Lisandro e os dois marcam um encontro no bosque. Só que o lugar é povoado por duendes, elfos e fadas que usam feitiços para confundir casais apaixonados. Helena e Demétrio também vão parar lá e é em uma agitada noite de verão que tudo acontece.

Graças à uma flor mágica, Lisandro e Demétrio caem de amores por Helena, deixando Hérmia de lado. A magia acaba atingindo também Titânia, a rainha das fadas, que se encanta perdidamente por um humano com cabeça de burro!

...as pessoas apaixonadas veem o que imaginam, não o que seus olhos enxergam e, portanto, o Cupido alado é pintado com vendas nos olhos...

A história de Shakespeare explora de forma divertida a idolatria amorosa em oposição ao amor verdadeiro. Se na vida real criaturas mágicas não existem, o mesmo não se pode dizer das paixões súbitas, tão ardentes como passageiras. Como seus alunos veem a paixão? Será que concordam com o poeta Vinícius de Moraes, quando ele diz que o amor é eterno enquanto dura?

Em uma das passagens da peça, Helena lamenta: “as pessoas apaixonadas veem o que imaginam, não o que seus olhos enxergam e, portanto, o Cupido alado é pintado com vendas nos olhos”. Como seus alunos entendem esse trecho? É possível relacioná-lo com o ditado popular que diz que o amor é cego? 

Outra possibilidade é cruzar o texto de Shakespeare com o famoso poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade, que começa com os versos: “João amava Tereza que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili...”. As duas obras não conversam? Os alunos não curtiriam pesquisar outros exemplos de intertextualidade? Será que a comédia de Shakespeare não renderia uma canção, um poema, um rap, um clip ou um musical?

A peça do escritor inglês ganhou adaptações para o cinema, que também podem servir de inspiração. Uma dica é o filme homônimo, produzido em 1999, que tem no elenco Christian Bale como Demétrio e Michelle Pfeiffer como Titânia.

Já a plataforma digital Mix the Play, produzida pelo British Council em parceria com o teatro Old Vic, da Inglaterra, explora diferentes possibilidades de adaptação da peça para os palcos e permite a criação de sua própria cena de Sonho de uma Noite de Verão, escolhendo elenco, cenário, figurino, estilo de atuação e trilha sonora.

Além disso, várias editoras lançaram versões dessa obra de Shakespeare, pensadas especialmente para o público jovem, incluindo publicações em quadrinhos. Elas podem enriquecer o trabalho de pesquisa.

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